Novos dados sobre indústria da mineração reforçam importância do setor para a economia

04 de abril de 2013

 

Dados atualizados da Economia Mineral Brasileira foram apresentados na noite de ontem (2/4) pelo Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM – www.ibram.org.br) em sua sede, em Brasília. Representantes do setor, de entidades governamentais e privadas, do Ministério de Minas e Energia, do Congresso Nacional e jornalistas compareceram ao lançamento da “7ª Edição das Informações e Análises da Economia Mineral Brasileira”.

A publicação compila dados de 2011 e 2012 para 13 grupos minerais e apresenta informações consolidadas referentes a investimentos, distribuição regional, preços, produção e reservas de bens minerais no Brasil.

A 7ª edição das Informações e Análises da Economia Mineral Brasileira está disponível na íntegra no site do IBRAM, em português e em inglês.

A proposta é organizar um banco de dados, capaz de comprovar com números os benefícios da mineração à economia brasileira e sua ampla contribuição à sociedade civil.

“Mineração forte”

Na ocasião, o Diretor-Presidente do IBRAM, José Fernando Coura, relembrou o compromisso que o setor de mineração tem com a sociedade brasileira. “A nós interessa uma mineração forte, com responsabilidade social e ambiental e, principalmente, que traga desenvolvimento para o País.” Sobre os dados, Coura ressaltou que os números evidenciam a importância da atividade mineradora para a balança comercial e para a criação de empregos.

Cada bem mineral corresponde a um capítulo do trabalho desenvolvido pelo IBRAM: Agregados para a Construção Civil, Bauxita, Caulim, Cobre, Estanho, Ferro, Fosfato/Potássio/Fertilizantes, Manganês, Nióbio, Níquel, Ouro, Urânio e Zinco. Há ainda um capítulo intitulado “Brasil”, que corresponde às informações consolidadas para a economia mineral brasileira. Nele estão, por exemplo, os dados da produção mineral brasileira de 2012, que foi de US$ 51 bilhões, e a estimativa de crescimento – de 2% a 5% – para os próximos dois anos.

Também na noite de 2 de abril, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) lançou na sede do IBRAM a nova edição do “Informe Mineral”, um estudo que reúne dados semelhantes aos pesquisados pelo IBRAM, mas com finalidades diferentes como apontou o Diretor de Assuntos Minerários do Instituto, Marcelo Ribeiro Tunes.

“O objetivo [do trabalho desenvolvido pelo IBRAM] é mais amplo, para um público que se interessa por mineração como um todo”, avaliou. O Diretor-Geral do DNPM, Sérgio Dâmaso, também reforçou a parceria e a importância das duas pesquisas. “O mundo tem interesse no nosso minério. São trabalhos que vêm a somar, pois o setor precisa muito de pesquisas nessa área.”
Ambas as publicações apontaram o aumento na arrecadação da Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM), o royalty da mineração. Em 2012, de acordo com dados analisados, a arrecadação da CFEM alcançou novo recorde de R$ 1,832 bilhão. Em 2011, a arrecadação já havia sido significativa com R$ 1,540 bilhão, ou seja, 42,8% superior à de 2010, que foi de R$ 1,078 bilhão.

Expectativas

A estimativa de investimentos no setor de mineração para o período 2012/2016 é de US$ 75 bilhões, o que representa novo recorde para a indústria mineral. Com média de US$ 15 bilhões investidos anualmente, Marcelo Tunes destacou que, no Brasil, o setor é responsável pela maior parcela dos investimentos privados, superando inclusive aqueles destinados à area petrolífera.

Parlamentares

Deputados Federais, membros da Comissão de Minas e Energia (CME) da Câmara dos Deputados, estiveram presentes no evento e reforçaram o valor da economia mineral para o desenvolvimento do País. O Vice-Presidente da CME, Deputado Luiz Argôlo (PP/BA), disse que é preciso cobrar do governo o atraso no envio do novo marco regulatório da mineração ao Congresso Nacional. Segundo o parlamentar, a demora atrasa projetos importantes e causa prejuízos ao setor.

O Deputado Paulo Abi-Ackel (PSDB/MG) fez coro a Argôlo e lembrou que há seis anos o novo marco é esperado. “O setor é da maior importância, mas recebe pouca atenção do governo federal. Por exemplo, os processos de outorga estão paralisados, causando muito prejuízo”, acrescentou. Já o Deputado Antonio Imbassahy (PSDB/BA) falou sobre a necessidade de aproximar a atividade dos brasileiros: “É importante que a sociedade perceba a importância da mineração”. Também esteve presente à solenidade o Deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), que fez manifestações semelhantes aos colegas.

A seguir, algumas informações referentes ao relatório, de acordo com o grupo mineral:
Agregados da Construção Civil

Os Agregados, basicamente Areia e Pedra Britada, são as substâncias mais consumidas no Brasil. Em 14 anos, a demanda por agregados da construção civil partiu de 460 milhões de toneladas (1997) para 673 milhões de toneladas (2011). O crescimento da demanda foi de 82,3%, correspondente a um CAGR (Compound Annual Growth Rate) de 6,8% a.a. O setor foi um dos poucos que não sentiu o impacto das crises internacionais de 2008/9 e 2011/12.

Bauxita
O Brasil é o terceiro maior produtor mundial de Bauxita, com 31 milhões de toneladas em 2011. A produção vem crescendo ao longo dos anos, assim como o preço, que passou de US$ 25,40 / tonelada (2010) para US$ 43,75 / tonelada (2011). Isso representa um aumento de 72%. A exportação também cresceu de 6.789 mil toneladas em 2010 para 6.887 em 2011. Até novembro de 2012 as exportações somaram 6.860 mil toneladas.

Caulim
Aproximadamente 6,2% de todo o Caulim produzido no mundo é brasileiro. No ano de 2011 foram produzidas no País aproximadamente 2,05 milhões de toneladas. As reservas brasileiras são de altíssima qualidade (alvura e pureza).

Cobre
A produção de Cobre brasileira cresceu, entre os anos de 2012 e 2013, de 450 para 480 mil toneladas. A tendência de consumo global também é crescente, especialmente por conta do processo de urbanização acelerado dos países em desenvolvimento, principalmente da China.

Estanho
Aproximadamente 12% da produção mundial de Estanho está concentrada no Brasil. No ano de 2011 as exportações, que apresentaram queda em 2010, tiveram uma retomada. Isso aconteceu porque os Estados Unidos, que são o principal destino das exportações brasileiras, anteciparam suas compras.

Minério de Ferro
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de Minério de Ferro e é esperado acréscimo de 28% na produção até 2016, por conta de projetos que entraram em operação no último ano. A demanda chinesa está em constante crescimento e o Brasil, segundo estimativas, está preparado para atender esse mercado. Até o ano de 2020, a China precisará importar do Brasil 400 milhões de toneladas/ano. As maiores empresas produtoras no Brasil são a Vale S.A. (84,52%), CSN (5,45%), Samarco (6,29%), MMX (2,03%) e Usiminas (1,71%). Os principais estados produtores do Brasil são Minas Gerais (67%) e Pará (29,3%).

Fertilizantes
As mineradoras fornecedoras de Fertilizantes estão com projetos promissores na área de Potássio e estima-se que, até 2016, haja um crescimento de 700% na capacidade produtiva. Esse empenho busca tornar o Brasil menos dependente da importação de Fertilizantes e a garantir, com investimentos na área, segurança necessária ao suprimento de matérias primas, além de contribuir para a geração de empregos.

Manganês
O Brasil é o sexto maior produtor de Minério de Manganês, com 2,95 milhões de toneladas em 2011. O país é superavitário na Balança comercial de Manganês: em 2011, o valor do saldo (exportações menos importações) foi de US$ 304 milhões FOB. Cerca de 90% de todo o Manganês produzido é utilizado em siderúrgicas.

Nióbio
A produção de Nióbio brasileira bateu novo recorde: 92,06% do total mundial e está em crescimento devido ao aquecimento do mercado de ferroligas. O Brasil detém as maiores reservas mundiais e 90% das exportações são de Ferro-Nióbio. Em 2011, o total exportado foi de 70.009 toneladas, o que gerou ao País uma receita de US$ 1,8 bilhão.

Níquel
A produção brasileira de Níquel cresceu 15,5% no ano de 2011, passando de 108.983 mil toneladas/ano (2010) para 124.983 mil toneladas/ano (2011). Os principais estados produtores são Bahia (68%), Goiás (22%) e Minas Gerais (10%).

Ouro
O incremento do poder aquisitivo das classes C e D está ampliando o consumo de ouro no Brasil. As reservas de Ouro lavráveis no Brasil alcançam 2,6 mil toneladas, o que corresponde a 5% das reservas mundiais do Minério. O Ouro foi uma das commodities em que o preço se manteve alto mesmo durante a crise, e continua sendo um dos principais ativos financeiros. A produção cresceu 13,7% em 2011, passando de 58 toneladas (2010) para 66 toneladas (2011).

Urânio
O principal estado brasileiro produtor de Urânio é a Bahia, que responde por 100% da produção. A INB (Indústrias Nucleares do Brasil) iniciará, em breve, a extração do mineral em Santa Quitéria (CE), em uma mina com capacidade de produção de 1.600 toneladas, permitindo a exportação de mais de 1000 toneladas excedentes.

Zinco
As reservas medidas e indicadas de Zinco no Brasil alcançam 6,5 milhões de toneladas sendo que a maior parte está concentrada no estado de Minas Gerais. O País produziu 12.400 mil toneladas em 2011, 400 mil a mais do que no ano anterior.

 

 

Fonte: IBRAM